quarta-feira, 7 de março de 2012

O ciclo dos cálices transbordantes.

Meus olhos são como cálices de vinho, que transbordam sem cessar. Quando o cálice encontra-se vazio, meu coração derrama o líquido vermelho escuro, o transbordando de novo. Este mesmo líquido que escorre pelo meu rosto e para em minha boca. O mesmo faz com minha mente, cega meus olhos e me faz focar em somente uma pessoa, eu. Em minha inocência perdida e em meus sonhos invadidos... Um momento ruim, porém, preciso. Um sentimento eterno, presente em cada mortal, fazendo-nos acreditar no fim definitivo e ao mesmo tempo, na esperança, no recomeço. Estourando as veias da paciência, deixando fluírem descontroladamente o ódio e o desejo de vingança ao próximo e em meio à louças quebradas, artérias regeneram-se fazendo pulsar arrependimento e uma estranha calmaria. Quando chega a esse ponto, os cálices estão vazios e o ciclo tem que recomeçar.

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