terça-feira, 29 de março de 2016

Pilares Fragmentados.

Obscuro... parado, calmo como as reconfortantes ondas do vazio. Enfim retornei, nadando, afundando para casa. Lar dos gritos incessantes, finalmente pude enlouquecer com eles em um Pandemônio que se alastrava como o negrejante que infectara ao Aéreo Confortante. Em plena Dor de Crescimento, percebi que não pude ser mais do que me permitiria ser. Eles me controlavam, e mediante exímia perfeição, eu não pude suportar por muito tempo. De que adianta? Ecrevendo aquela Carta saberia que quem veria seriam apenas os seres que me atormentam. Sufoquei até minhas Entranhas se contorcerem, o tormento era tamanho que cedi aos desejos deles. E que tola fui... em minha inocência e despreparo, reclamava dos monstros que criei sem saber que podia conviver com eles, ou comigo. Aquele Peito Carregado, aqueles Pés Inquietos não foram o suficientes para fugir do furor da alma. Tudo instantaneamente virou raiva, tudo rapidamente desceu pelo ralo. Um mero desabafo se transformou num mar de lágrimas, que se tornou um oceano de Sanha, Desalento e Clichê dando voltas incontáveis em torno de algo que nunca existiu. Eu. Naquele dia não houve mais barreiras, não houve mais mundo, não houve mais limites, nem asas, nem nada. Sem alternativas, bebi do seu veneno, ao qual até outrora experimentava apenas leves doses. Embriaguei-me da podridão que em cativeiro cultivei... e na Sangria, a carne, o espírito e todas as feridas dilacerei. Por fim, cedi.