quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

Saiba. (Memórias E Palavras Quase Afogadas).

Saiba que eu me importei. Saiba que eu queria arrancar essa dor e trazê-la para mim, mesmo se os cacos fossem tão minúsculos à ponto de me fazerem sangrar. Eu não ligava para o que acontecesse a mim, afinal, você quem era a prioridade. Talvez esse pôde ter sido o meu erro, mas confesso que tinha prazer em me doar. Eu só queria ser mais do que eu conseguia ser, ir além do meu alcance. Te puxar de volta desse vazio que você se atirou, lhe fazendo assim, retornar a moradia das nuvens, a paz que sempre almejou (e que eu não pude proporcionar). Mesmo com todos os obstáculos, esse brilho que te faz reluzir mais que prata nunca se perdeu, por mais que não admitisse. Você foi sempre o mesmo, e eu... hum... muito volúvel. Acabei enfiando os pés pelas mãos, caí, mas mesmo assim não consegui te alcançar. Eu sabia, você sempre foi inalcançável. Longe demais de minhas manias e medos infantis. Um espírito independente nato, e eu... bem, uma eterna cativa de meus monstros interiores, teimando em acreditar em fatos impossíveis. E me faça somente esse último favor antes do fim de tudo. Não permita que essa chama acesa se converta em solitárias cinzas brancas, porque elas se vão com a leve brisa. Seja como o fogo, que o vento espalha e o alimenta, fique forte e arda intensamente. Seja o que eu não fui capaz de ser. Quero que saiba que eu me esforcei enquanto tive forças para fazê-lo, agora, me tornei prisioneira demais de meu próprio eu. Desculpe por não poder lutar mais. E isso basta.