domingo, 29 de setembro de 2013

Sangria.

Deixe ele esvair, sinta queimar! Sinta sua carne morrer pouco à pouco. Deixe ele ser livre. Liberte-o da prisão do óbvio, enquanto ela se aproxima de ti. Não se espante... Afinal, não almejava tanto a libertação?! Retorne às cinzas. À aquele triste dia chuvoso. Onde as nuvens choraram com teu coração, e os trovões bradaram a sua dor. Padeça, num breve momento de extrema sensação de vida. Vamos... Deixe ele escapar das grades que o aprisionam. Putrifique. Junto com toda a escória de sua essência.

terça-feira, 3 de setembro de 2013

Asas Inválidas.

Voe, apenas voe e não olhe para trás. A escuridão não te alcançará, mas para que permaneça assim, nunca se canse, nunca pare. Mantenha a chama acesa, alimente o fogo da alma. Dance com a luz e deixe que eu me conforte no desalento. Mergulhe em mares profundos e deixe que eu me afogue nas lágrimas de tons marinhos. Faça o que eu não fiz por temer. Conheça mundos agradáveis, seja pluma, seja doce, seja suave, seja acalento. Não te preocupes, não permitirei que ela venha sobre ti. Sacrifico-me por ti. Se traje de seda pura, ao divino som da Harpa de Ouro. O céu está ansiando pela sua presença, o ar, os anjos, o belo alaranjado do fim de tarde. Apenas voe, não me espere. Assuma sua auréola. Me deixe em terra firme, na barreira entre os espíritos livres e os aprisionados.