terça-feira, 26 de junho de 2012

Favo de Mel.

Só me faça carinho até eu cair no sono, me cante uma canção de ninar, só me abrace e beije minha testa, só olhe nos meus olhos e diga que nunca me deixará. E se uma lágrima cair no meu rosto, limpe-a e apenas me beije... Você, eu e mais ninguém para nos impedir. Passando dias solitários à dois. Esperando os corpos envelhecerem e o amor permanecer. O anseio de um futuro tão longe, tão próximo, onde o mútuo sentimento mesmo com as forças já gastas, permanece firme. O ilusório "para sempre" que teimamos em acreditar que realmente seja verdade. Cheiro adocicado, flores de cerejeira, tons pastéis, serenidade... Pele aveludada, corações puros, sentimentos sinceros. Estou nadando mais e mais para seus braços, enfeitiçada, não há nada a fazer. Apenas me render a esse sentimento que toma-me inteiramente por dentro. Não haverá nada a fazer... Render-me-ei então.

quarta-feira, 6 de junho de 2012

Dias cinzas.

O som da chuva, que lindo... Como nunca percebi antes? O som dos pássaros cantando em minha volta depois de uma furiosa tempestade. O som que me deixa anestesiada, encantada pela profundidade de tamanha beleza. Esses dias cinzas... Como a natureza é bela, divina... Seu equilíbrio, sua doçura, sua revolta, sua natureza.

domingo, 3 de junho de 2012

Clamor à Poseidon. (1° Parte)

Por ter se distanciado de sua casa e acabando distraíndo-se com a linda noite estrelada que fazia, Cordélia acabou perdida em meio a uma vasta floresta sombria e ouvira um sussurro de uma criança. Sussuros que ficavam evidentes o medo e o desespero da mesma. -Espere criança, não lhe farei mal! Espere!- É só o que conseguiu dizer. Ela está visualmente enfraquecida, mas conseguia correr absurdamente rápido. Quando de repente sentiu a presença dela e estranhamente uma aura que a fez sentir os monstruosos sentimentos da pequena criança de cabelos longos e negros a qual só conseguiu ver isso. Cordélia estava percebendo que a aparente menina não era normal e isso a assustou. A moça correu, correu e se afundou dentro das folhas verdes e molhadas causadas pelo sereno da madrugada. A caminhada não parecia ter fim quando, num piscar de olhos, num descuido, a pequena criança que lhe aparecera há algumas horas antes, surge em sua frente com seus cabelos negros, pele e olhos brancos como a neve. A verdadeira aparência de um cadáver. Cordélia ficara congelada mediante a tanta beleza e obscuridade do ser em sua frente. A criança coloca as suas mãos gélidas no rosto com temperatura agradável da garota e diz: "Não seja tola, não tenhas medo. Eu também não lhe farei mal. Apenas a levarei a um lugar seguro, onde os espíritos atormentados encontrarão paz...". Perto daquela floresta, era o leito da misteriosa criança e o mesmo lugar onde morrera. Cordélia, sem reação aceita o pedido e vai até o lugar prometido pela menina. Era um mar fundo e furioso, cheio de rochas pontiagudas esperando para ceifar outra vida. Codélia não teve o controle sobre seu corpo e quando se deu por sí, tinha se atirado naquele lugar aparentemente aterrorizante. Tinha acabado de cair nos braços de Poseidon, no leito das sereias e na imensa escuridão gelada onde, já calma e conformada com a paz que a morte repentina lhe trouxe, adquiriu seu descanso eterno. E lá, encontrou aconchego...