domingo, 29 de julho de 2012

Pedaços de Madrugada. (1)

Tomando um saboroso cálice para tentar apartar por alguns instantes as vozes que tanto me atormentam. Não os dou ouvidos, mas eles me observam. Raciocínios que se afloram na madrugada, na noite mal dormida, nos olhos cansados que ficam mais aguçados a cada hora gasta acordada. A aparente solidão às vezes é boa, relaxante... E assim, a Lua, as estrelas e o longínquo céu azul marinho me contam suas histórias, me dão seu ar puro, me mostram sua beleza e fazem esquecer todo o cansaço. Realmente me tornei cativa da beleza da noite, de seus olhos brilhantes, seus abraços confortáveis, seus beijos quentes apesar do ar gélido. Cada gota de orvalho... Veja! Amanheceu novamente. Será que sonhei outra vez? Mas sinto as palpitadas do amor em meu peito, como à algumas horas antes. Tenha certeza de que hoje lhe verei mais uma vez. Me espere sem falta, meu círculo agradavelmente vicioso, meu amor.

terça-feira, 17 de julho de 2012

Mar de Sépia.

Fascina-me, encanta-me outra vez. Como antigamente e até pouco tempo atrás. Cativa-me até ficar totalmente entorpecida, sem voz, sem sentido e sem reação. Óh escuridão, como podes ser tão bela? Olhar de criança inocente e pensamentos criando asas para voar. Óh escuridão, tão misteriosa. O refúgio para todos os meus "mundos". Triste, antigo e apartado vilarejo, sinto o vento uivar... Que lindo fim de tarde, ela está a se aproximar. Dizime meu coração petrificado até cessar em pó, para que tu o remolde à sua maneira. Faça como tu fizeste com a Fênix... Me renasça, me faça viver contigo outra vez. Doce criança, podes ver o alaranjado do céu comigo? Podes sentir o que eu sinto? Linda paisagem... O mar está gritante hoje. Óh escuridão, estou a te esperar, assim como um filho volta ao seio de sua mãe. Cante uma bela canção, dance comigo, apenas hoje... Pela última vez.

sexta-feira, 6 de julho de 2012

Aéreo Confortante.

E tranco no meu quarto todas as poesias, as palavras ditas, pensadas, jogadas fora numa droga de papel amassado. E tranco no meu quarto as decepções, meus defeitos e o meu falho eu... Não leve a mal eu só escrever por linhas tortas e desajeitadas, as cambaleadas pelas esquinas, pois minha natureza se encontra assim. Pois minha natureza... Eu tranco no meu quarto. Só quero deixar esse sorriso amarelo, esse olhar frio e minha cara morta tomarem conta de mim. Meus anseios e medos me consumirem, a meia luz me agradar, minha imaginação fluír e dançar alegremente. Deixar que lá, anjos e demônios lutem pelo o meu coração, que com tantos arranhões, ainda continua valendo mais que ouro e prata. Quero deixar que a beleza daquele mundo agrade meus olhos inchados e cansados, que permaneça tudo como está, naquele lindo e triste vilarejo tingido em sépia. Não perturbe, por favor.

terça-feira, 3 de julho de 2012

Campo de Girassóis.

Ele está alí, além das montanhas pontiagudas, dos vastos pântanos e florestas fechadas. Além dos campos de girassóis. A mágica, o furor, o ar puro de se respirar. Inspirar, expirar, exalar e fazer com que tudo seja mágico, magnífico. Ele está alí, cruzando as paredes do orgulho. Passeando ao seu redor. O estopim de todas as preocupações e alegrias. A faca de dois gumes cravada em ambos corações, corações que sussurram segredos um para o outro. O pacto de sangue, as juras, o beijo apaixonado, o esperado amor.