domingo, 17 de janeiro de 2016

Carta.

Buracos em seu coração... pequenos, sangrando. É só o começo da história. Nada que possa evitar a tragédia. Estamos fadados a isso, lembra-se? Ao incerto que nunca nos levará ao caminho de volta. Então por que não se inebria com sua tristeza? Afinal é só o que lhe resta... assim como a mim. Ouça os sons te chamando para aquele canto escuro do quarto. Vá para o berço, para a calmaria que somente ela pode te proporcionar. Enquanto eu? Eu já evaporei. Já não posso contribuir porque não tenho mais nada em mãos, a não ser palavras vãs. Estou atada, fraca pelos tombos, impotente pelas feridas. Talvez dentro de todo esse caos um fragmento de luz possa surgir. Mas não para mim. Faça sua escolha, siga o seu caminho, fuja enquanto é tempo ou entregue-se por completo. Não me convide para dançar novamente porque desaprendi todos os passos. Porém saiba... ainda me importo, e sempre me importei.

Um comentário:

  1. Tudo bem, reprimir palavras já não é mais uma opção, então lá vai: Esta carta é sobre nós dois?
    Não sei, mas... identifiquei certos aspectos que me fazem lembrar da nossa amizade (ou do que restou dela). Ou devo estar seriamente paranoico (novidade ¬¬).
    Ainda assim, belo texto. Não esperava que fosse escrever pro blog novamente, pensei que "Faces e Espelhos" fosse o último... Enfim, talvez este seja o último escrito seu que li... se você ainda mantém sua decisão irrevogável.

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